Ora, como todos sabemos o governo recuou na medida que aumentava a contribuição da TSU por parte dos trabalhadores e diminuía a contribuição dos empregadores.
Depois veio o Sr. António Borges dizer que os empresários que recusaram esta medida são ignorantes.
De um ponto vista económico a media faz sentido, mas não iria tão longe em chamar ignorantes. Chamá-los-ia de egoistas, e porquê?
Porque a larga maioria dos que constaram a medida dependem do mercado interno para enriquecer.
Mas para que o país consiga produzir riqueza "real" torna-se necessário minguar o mercado interno de modo a reduzir as importações e aumentar as exportações.
Só existe uma maneira de aumentar as exportações e é em tornar Portugal mais competitivo. Para que Portugal seja mais competitivo é necessário aumentar a produtividade e para aumentar a produtividade tem que se reduzir os preços dos produtos exportados através da redução dos custos de produção.
Para se conseguir reduzir os custos de produção ou diminui-se o custo com a mão-de-obra, e outros factores de produção, ou altera-se a tecnologia. Como a banca não anda a emprestar dinheiro, mudar de tecnologia torna-se muito difícil, sobrando assim os custos com a mão-de-obra e outros factores de produção.
Com a redução da TSU poderia-se consegui isso, se os empresários que dependem do mercado interno não fossem egoístas. Senão vejamos.
Como a mão-de-obra ficava mais barata, alguma matéria prima reduziria de preço, os custo com a energia (Combustíveis e electricidade) teria espaço para reduzir de preço, as portagens também, os serviços, custos de transporte, etc., o que implicaria uma redução nos custos de produção.
Além disso, o governo teria mais margem de manobra na renegociação das parcerias publico-privadas e, havendo uma redução generalizada dos preços, poderia reduzir os custos em material, poupando assim algum dinheiro que poderia servir para outros fins.
Mas o senão seria uma quebra no consumo interno a curto prazo que poderia levar ao aumento do desemprego. Mas temos que ver que a longo prazo a economia iria a começar a crescer e, com isso, o emprego diminuir.
Como Portugal tem o Euro não é possível recorrer à desvalorização da moeda. Regressando ao escudo e desvalorizando este, teria a vantagem de aumentar a produção interna e de tornar as importações mais caras, importando assim menos, mas teria a desvantagem de a divida aumentar ainda mais e de ser caro regressar escudo.
Resumindo, Portugal necessita de aumentar as exportações e de diminuir as importações. Para fazer isso tem que diminuir o poder de compra dos portugueses e diminuir os custos de produção, e conseguiria fazer isso com a TSU.
A maioria das outras propostas serviriam apenas para adiar o problema ou e como já dizia o outro:
"Politica é a arte de adiar a resolução dos problemas até que estes deixem de ser um problema"
e o problema de Portugal é importar mais do que exporta.
Tuesday, October 2, 2012
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